Pela segunda vez completo 18 anos. É a maioridade duas vezes
que chega embora eu mesmo me sinta mais jovem que isso, 28 anos... sei lá. Coisas da maturidade ou
não-maturidade, tô nem aí pra entender isso. Fato que estou em Quito, gostando
da capital equatoriana e de sua gente.
Hoje, inclusive, encarei os 18 graus mais quentes da minha
vida. Enquanto no Rio a temperatura já faz com que nós, os cariocas, corramos pros casacos... aqui, nesses verdes Andes, a mesma temperatura é seca e não traz
qualquer incômodo. É até agradável.
Chegar aqui que foi mais casca-grossa. Foram 14 horas de
viagem, quatro aeroportos, três países, algumas boas horas de espera em Guarulhos e, pra
ficar melhor, um extravio de bagagem. Ô sorte...
O primeiro dia em Quito, diga-se de passagem, o meu
trigésimo sexto aniversário (uhu!) foi de uma tranquilidade ímpar. Sem firulas, muitos desenrolos. Do jeito que
eu gosto. Caminhei com La Madre, mãe de Karla, minha couchsurfer guest na feliz
capital equatoriana. Claro, ella ya es mi madre ecuatoriana. Fue presentado a
puntos turísticos de la ciudad y, despues, nos fuímos al aeropuerto a recoger mi equipaje
que se perdió en Bogotá anoche.
Bueno, depois de algum desenrolo pra lá, pra cá, ir ao
escritório da Avianca, desenrolar com o seu moço de terno que deixa, ou não
deixa, vc passar pela área que deveria ser a saída da galera que chega dos voos,
ficar lá na frente do balcão com meu passaportezinho do Merscosul e um papel
que dizia que minha bagagem tinha ido curtir uns momentos de independência,
depois de gastar todo o meu espanhol... chegou o homem mágico, com a chave
mágica que me entregou minha mala de rodinhas e minha bolsa. Uma alegria
indígena tomou conta de mim e tive a clara, a mais clara sensação de ter
ganhado o dia. Pois é, coisas simples como ter cuecas e desodorante são tão
gostosas que já valem como megapresente de aniversário.
Ironicamente o almoço, diante do aeroporto, foi num
restaurante colombiano. Caí dentro de una bandeja paisa, prato de Medellín, ali
no país ao norte. Curioso foi que nunca passei tão pouco tempo em um país, gastei
menos de trinta minutos da minha vida por lá graças à demora do voo da Tam que
saiu de Guarulhos. A tal da demora fez com que a bagulhama, digo, bagagem
tivesse ficado para trás.
E, como já perguntaram, por que passar o aniversário tão
longe de casa? Para dar balão nos amiguinhos e fugir da comemoração? Para
deixar de ganhar presentinho? Não, para me submeter a um momento de
descobertas, coisas, pessoas, lugares novos. Para o dia ser marcado por um novo
momento, com novidades que ficarão guardados na cabeça e no coração. A família
e os amigos sempre estiveram, estão e estarão comigo. Claro.
Tudo bem, tudo bom, a vida segue. A noite chega (tenemos dos
horas menos que Rio) e devemos sair para festejar, furdunçar Quito. Ya es!