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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Pernada pela manhã

Pela manhã fui tentar recuperar a capacidade aeróbica perdida. Correr, fazer o sangue circular, o coração dar aquela bombeada bacana do melado pelas artérias, estimular aquela respirada mais profunda e tal. Após poucos quilômetros, meu lado queniano ainda está meio intimidado, fui esticar a musculatura pra não ficar dolorido e vi a cena triste do dia. Um senhor negro, curtindo um momento maluquinho, vinha falando com geral pela pista, carregava uma mochila e uma bolsa branca na mão. Até a hora em que fez uma firula na frente do trator da Comlurb que vinha com um motorista e um gari esvaziando lixeiras. O motorista do trator parou, chamou o senhor cheio de sociabilidade e com pinta de maluquinho, pediu a bolsa branca pra ver e ficou com a bolsa, deixando sujeito que vinha cheio de bom astral na mão. Não deu pra saber se os sujeitos se conheciam nem nada, mas deu pra sentir a reação de frustração do que teve a bolsa tomada. Pareceu algo tão triste, um ação tão covarde. Momento baixo astral do dia.
Devia ter postado sobre o "Espetáculo do Alemão", mas papei mosca...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Adoro asfalto liso, mas e a faixa de pedestres?

Curto a ideia de passar camadão de asfalto nas pistas outra vez. A cidade estava verdadeiramente esburacada. Mas algo que me incomoda profundamente é toda vez ter problemas para atravessas as ruas, principalmente no Centro, onde a faixas de pedestres não foram respostas.

E daí?

E daí que a faixa serve de sinalização pro ônibus, pra moto, pro carro deixaram aquele pedaço livre pros maluquinhos passarem caminhando. Sem a listras brancas na rua fica todo mundo embaixo do sinal e os manés dos transeuntes têm que se esgueirar por entres os veículos até chegar ao outro lado. É maneiro não.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Ser mané é - versão um dia de votação

Votar para o Vicente é uma pequena aventura hoje em dia. A brincadeira é sair de casa, no Catete, cruzar a cidade rumo a Bangu e lá digitar na urna eletrônica sua esperança de dias de melhores. De lambuja, rola encontrar os progenitores, o irmão, a galera que fez parte da infância e adolescência ali no Parque Leopoldina, querido rincão entre Bangu e Padre Miguel.

Ontem, mais um domingo desses de votação, lá fui eu. Acordei tarde, peguei o metrô até a Cinelândia, caminhei dois quarteirões até o ponto final dele... o meu maior pesadelo... o 393 (o famigerado ônibus que faz a linha Castelo - Bangu). O bichinho castigou as pessoas que estavam na fila por 20 minutos sem fim, mas chegou. Chegou e partiu. Pensava eu com meu adesivo Dilma 13 colado no peito da camisa do América que vestia: "vai chegar rapidinho a Bangu". Bobo eu. Muito bobo mesmo.

Entrei, sentei próximo a uma janela. Pus meu mp3 para ir curtindo um reconfortante Mano Negra pelos ouvidos e o furibundo do 393, como era de esperar, começou a rastejar já no Centro. Cochilei, quando dei por mim estava na Central e o maldito ônibus já estava cheio. Como é que pode num espaço de talvez menos de dez pontos o coletivo já estar super lotado!

Ninguém na área
Assim foi. Passageiros reclamando ao motorista que não mais parasse nos pontos. E o motorista parando em um por um dos pontos na Avenida Brasil. Enquanto isso meu telefone toca: Dona Gloria avisava que não estaria em casa. Passa outro tempo, o tel toca: Irmão-Léo também não estaria em casa. Hehe. Eu só me dando bem.

Após duas horas e meia de aperto e pentelhação... o famigerado chega a Bangu. Dei aquela caminhada esperta até a escola municipal onde voto... Levei mais tempo subindo a escada da escola do que votando. Foram duas horas e meia por menos de um minuto de votação. Liguei pra camaradagem local. Ninguém atendeu. Puts. Foi o maior tiro n´água ir até lá.

Pra me vingar fui para a casa dos progenitores dar um sacode na geladeira. Hehe. \o/. Após a comilança... mais momentos cruzando a cidade. Como tinha receio de um trânsito pentelho a solução foi encarar o cara de lata. Após meia hora esperando na plataforma da estação... ufa, passou. E passou vazio. Com direito a ar condicionado e tudo. Diliça...

No fim das contas a candidata venceu, mas foi um dia em dispendioso em termos de tempo para encontrar... ninguém. Muito, mas muito mané cruzar a cidade toda assim.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Esse blogue apoia Dilma

Rapa!!

Sexta-feira caminhava tranqüilo, tranqüilo pelo trecho da rua Uruguaiana, entre avenida Presidente Vargas e rua Buenos Aires. Ou seja, caminhava bem no furdunço do camelódromo, hoje já chamado de Mercado Popular da Uruguaiana. São dois galpões com boxes divididos onde se pode comprar eletrônicos, roupas, biscoitos, jogos para videogame, relógios e por aí vai.

Enquanto isso, na calçada, aparentemente produtos similares são vendidos sobre lonas, mesas improvisadas e vários marmanjos entregam santinhos de lugares que fazem empréstimos de dinheiro na hora, uma música alta que só rola dando o ritmo da confusão de gente que passa o tempo todo.

Eis que é só um uniforme cáqui da Guarda Municipal carioca ser avistado por um deles bem de leve na esquina que toda a movimentação da calçada se move ao mesmo tempo, como um grande bloco, para dentro do mercado popular. A informação corre como um relâmpago entre as camelôs que, numa passe de mágica, enfiam-se todos nas galerias estreitas. O que é feito com as mercadorias não sei, mas desconfio que sejam passados por cima dos balcões para as lojas, que são legalizadas para sumir com o flagrante e nada ser apreendido. Momentinhos de tensão. É os homens de cáqui irem embora que a feira continua.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Hoje é dia da padroeira. Salve Nossa Senhora Aparecida a quem sempre peço proteção para minhas andanças pelo Rio e fora dele.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um dia de festa

Bandeirinhas, música alta, muita cerveja. Carros e mais carros na rua. Trânsito feroz, alguns engarrafamentos. Pessoas pilhadas, excitadas, frenéticas andando para todos os lados. Gritos, vivas e olhos injetados de tensão.

Dia de eleição é sempre algo diferente. Independente de quem vença, é curioso ver o envolvimento - não estou fazendo juízo de valor sobre a qualidade/ profundidade do envolvimento que cada um tem – com a dinâmica do dia. Em lugar de criticar aqueles que votam em candidatos, digamos, condenáveis, parece-me mais oportuno entender o que motiva a opção por esses nomes e o barato de curtir esse dia de festa.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Suvenir de boleiro

Brasão da cidade de Córdoba

Havia alguns dias estava pela estrada. Passava pela terceira cidade da viagem, a segunda na Argentina. Estava em Córdoba, em meio ao pampa argentino. Capital e província carregam o mesmo nome, uma homenagem à cidade espanhola de onde saíram seus fundadores ali atrás na história.

Córdoba serviu de base para algumas esticadas curtas, como ir a Villa Carlos Paz, um balneário, que o malandrão aqui visitou no inverno. Resultado: existia mais hotéis que gente na cidade. Duas coisas me chamaram  atenção: uma galeria de arte muito bonita que ficava sobre o lago, onde se ouvia música brasileira, e o cuco. Pois é, os caras têm um mega-cuco de sei lá quantos metros de altura no meio de uma praça. Sempre dou uma risada ao lembrar porque me neguei a acreditar que aquilo seria um ponto turístico de Carlos Paz. Outra esticada bacana foi para Alta Gracia, onde Ernesto Che Guevara passou a infância. Na pequena cidade, a casa da família Guevara virou um pequeno museu. Uma das partes mais bacanas da viagem, sem a menor dúvida.

Em Córdoba houve o enfrentamento da menor temperatura durante o dia. Numa bela tarde, três graus negativos baixaram sobre a cidade que, como toda a Argentina, era visitada por uma onda polar.

Menos frio fez em uma noite, talvez zero grau ou um pouco mais quando saí com uns canadenses e equatorianos. Fomos a dois pubs, conversamos e nos divertimos. Já perto do amanhecer, saímos. Um inocente copo com menos da metade com cerveja me acompanhava no caminhar sobre a calçada, quando fui abordado num rompante por dois policiais. Os homens da lei chegaram super incisivos afirmando que eu praticava uma contravenção. Ahn? Eu? Contraventor? Meio temulento enchi o peito de coragem e contei aquela historinha que não era de lá, que estava em Córdoba a passeio, que não sabia que era proibido, que prometia não mais repetir. Pior que sabia da proibição, mas tinha esquecido. Os “hombres” aceitaram o desenrolo e peguei o caminho da hospedagem...

Nas últimas horas na simpática cidade, uma das maiores da Argentina, resolvi que precisava levar um suvenir, uma lembrança daquela cidade onde havia vivido experiências legais durante as férias. Queria a camisa de um time de futebol local, o Club Atletico Talleres ou simplesmente Talleres de Córdoba.

Faltando duas horas para pegar o ônibus que cortaria estradas argentas durante uma madrugada e me levaria a Rosário, outra cidade hermana, corri até o centro comercial  - que me lembrou muito a cidade de Curitiba. Em uma loja havia a promoção:  por 199 pesos eu levava a camisa mais o shorte.do Talleres. Existia uma detalhe, apenas a camisa era objeto de desejo. O vendedor informou que só essa peça me custaria 189 pesos, questionou-me se eu queria o shorte por 10 pesos. Respondi que não. Pra quê? 

Virou um furdunço. Eu realmente só queria a camisa do clube, mas houve uma comoção na loja. Mais dois vendedores vieram me perguntar se eu reamente não queria levar o shorte, um bom shorte, diga-se de passagem. Talvez o povo da loja tenha ficado sem entender, já que para os brasileiros seria equivalente a 5 reais. Eles não concebiam o fato que eu realmente só queria uma peça e não as duas.

Insisti. Disse que tinha pressa porque precisava buscar minha mochila, correr até a rodoviária e emburacar no coletivo. Os vendedores até se mobilizaram, agilizaram a venda. Até que veio um sujeito com pinta de sou o dono do lugar. Devia estar fulo porque os shortes deviam estar encalhados. Olhou pra mim e até de forma simpática me informou: Só vendo camisa e shorte. Camisa separada não sai. Haha. Tive o início de um acesso de riso pela situação absolutamente insana na compra daquilo que seria meu suvenir. Resolvi deixar de ser turrão, desembolsei mais dez pesos e levei o shorte. 

Ironicamente o shorte pode ser sempre visto comigo enquanto corro por ai. A camisa foi usada duas vezes, nada mais. E cheguei em casa com minha difícil lembrancinha cordobesa.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dia Mundial Sem Carro

E aí, vai dar moral?

Eu vou.

Não tenho mais carro mermo, nem há dúvida. Dou moral em todos os dias.

domingo, 12 de setembro de 2010

Sabe o 393?

É... aquele mesmo ônibus que faz a ligação entre Bangu e o Castelo, no Centro do Rio... pois bem,  nesse fim de semana três ônibus passaram direto e deixaram o Vicente no ponto. Fico pensando, o que pensa um motorista que trabalha para uma empresa responsável por prestar um serviço à população olhar um sujeito no ponto de ônibus fazendo sinal e passar direto. Agora penso por que três profissionais que trabalham como motoristas fazem isso? Aí não entendem porque ao estar desempregados, ao subir nos ônibus com roupas de motoristas, mas vendendo balas não compro uma sequer. Por que tratam o passageiro como coco.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

E o Maracanã fechou. :-(

Triste ficar sem o estádio. Dá uma sensação de ausência. Que pena. Será um longo período sem por os pés lá. Sem ver o Flamengo por lá.

Esqui? Fala sério

Uma prática de quem curte fazer esses passeios é se aventura pelo esqui ou snowboard. Minha proposta foi diferente: trenó. Sim, sim, sim. Sentar no trenó e escorregar neve abaixo. Foi divertido, mas não vou postar foto disso. O mico foi grande, ainda mais nas capotadas durante as escorregadas na neve.
Não vi a final da Copa pela primeira vez desde 1982. Estava em Mendoza e rolou a possibilidade de subir ao Parque do Aconcágua, que fica no fronteira de Chile e Argentina. Não houve dúvida, Copa rola de quatro em quatro anos, ir ao Aconcágua, o ponto mais alto da América do Sul levou 34 anos da minha vida.

Antes havia ido a duas festas (uma após a outra), o que fez a noite de sono ter sido deixada de lado. Houve tempo ainda de ir ao hostel, tomar banho (mesmo naquele frio cruel), vestir todos os casacos possíveis (esquecendo luvas e touca), por o cachecol do Mengão no pescoço e pegar o caminho. Maneiro passar por lugares que o Exército dos Antes, de San Martín – o bacana que declarou a independência da Argentina, passou há quase dois séculos. Bom, quem gosta de história curte.

Lago andino, rochas, neve, frio, muito frio, mas paisagens desbundantes. Chegando à entrada do parque o frio aumentou consideravelmente e lá começou a brincadeira. O vento cortava o rosto, tanto que o cachecol se somou aos óculos de sol (devido à claridade) viraram uma máscara. As mãos já não eram sentidas por conta da sensação térmica. Não seria exagero dizer que estava menos dez graus. A mãe de duas crianças que acompanhava o passeio ficou com pena do Vicente, emprestou um par de luvas e uma touca (que apareceram em alguma foto). Como agradeci a gentileza, ô. Para se ter uma idéia, quando estive sem luvas tive que manter as mãos dois minutos diante do aquecedor pra voltar a sentir os dedos. Eu, hein.

Cachorrada

Como tem cachorro. Como tem cachorro! Mas é muito cachorro! 

Em todos os lugares, o tempo todo. Muitos, diversos, em sua maioria grandes. Matilhas caminhavam pelas ruas o tempo todo. Dizem que os bichos antecipam os terremotos. Será? Nem sei, só sei que era uma penca. Engraçado que não era só em Santiago, mas também em Mendoza, Córdoba, Rosário e Buenos Aires. Vale dizer que na capital argentina encontrei até mesmo um passageiro canino dentro do metrô. Haha.

Prometi fazer postes falando das férias. Bateu preguiça, passou um tempão mas vou deixar alguns registros.

Já falei de algumas impressões, mas algumas coisas merecem especial carinho. Por exemplo, o frio. Como faz fazia frio por aqueles cantos. A sensação era reforçada pelo fato de sempre ter a cordilheira ao alcance dos olhos. O negócio é majestoso, é alto pra burro, a neve está sempre lá no topo. Subir a estrada sinuosa que vai de Santiago a Mendoza, já na Argentina, é um experiência encantadora. Fiquei particularmente emocionado porque havia imaginado que seria algo que eu nunca faria (cruzar os Andes). Pois bem, foi o que rolou.

Também me apresentei ao tal do Oceano Pacífico quando pus os pés em Viña Del Mar, não cheguei perto da água, sacomé, frio que só. Agora, coisa esquisita é ir a uma praia, como Reñaca (também em Viña) num dia em que uma onda polar deixa a temperatura muito, muito baixa. Pior era ver que tinha uma galera rumando para a água com suas pranchas de surfe. 

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Considerações de um viajante

A viagem feita pelo marmanjo aqui, que ocupou 23 dias da mnha vida, deixou-me pensando um bocado sobre o que vale na vida. Duas das maiores heranças que trago das minhas viagens, de todas elas, são as lembranças (boas ou más, embora sejam predominantemente positivas) e as pessoas que cruzam o caminho.

Essa viagem foi solitária. Mochila nas costas, coragem e cara-de-pau acima do pescoço e disposição para conhecer gente, lugares e coisas. Dei sorte por encontrar figurinhas bacanas: baianos, paulistas, cariocas, paranaenses, mineiros, sul-matogrossenses, mexicanos, equatorianos, holandeses e argentinos! Personagens que povoaram os dias em que cruzei um pedaço do continente americano, do Pacífico ao Atlântico.

Em dado momento a solidão bate forte. É tempo demais pra pensar na vida, nas coisas, nas conquistas, nas derrotas. Intermináveis momentos pra se questionar, pra se perguntar. Mas também pra olhar para o outro, as vezes se ver no próximo. No fim das contas, concluí aquilo que já sabia, é impossível ser uma ilha. No meu caso, um ser que precisa necessariamente de momentos de sociabilidade para alimentar alma, é essencial se comunicar, agregar-se aos demais, criar laços para manter o bom astral. Parece que acontece um tipo de feedback. A sociabilidade com o Vicente permite que seu astral mantenha-se em alta.

Também vale dizer que a sensação de estar sozinho em um país diferente do seu, passando por lugares por onde provavelmente não se vai passar outra vez é estranha, impaupável, que precisa ser digerida com o o tempo. Ainda estou digerindo as minhas impressões. Mas estou passando bem, rendendo boas memórias, recordando os momentos, embora nem todos tenham sido bons.
Pois bem, comecemos a falcatruagem que o blogue, quase todo em branco, espera.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Protelando um pouco

Ando meio desanimado, uma vibe meio ruim me pegou pelo pé. Contraditoriamente, rola alguma pilha de começar o movimento postativo, por registros e algumas imagens da mais recente viagem.

Vamos lá, força, Vicente.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Um recomeço

Há tempos venho com a ideia de fazer um novo blógue. Há mais de um ano vivia pensando em dar vida a outro espaço na web pra registrar pensamentos, experiências, essas coisas.

Tudo começou com o Enfiado na Lama, quando passei um tempinho em Recife. Voltando para o Rio o Enfiado na Lama foi aposentado e começou o Preto, pobre e suburbano que tem sua vida de postagens encerrada hoje, após cerca de sete anos de existência e companheirismo.

Hoje é o último dia de minhas férias em 2010. Junto com algumas postagens esse blógue começará com histórias da minha recente mochilada que rolou de 3 a 26 de julho, indo de Santiago a Buenos Aires.